Querido amigo:
Olá, então como estás?
No ultimo sábado voltamos a representar.
Tudo correu como o costume, os imprevistos, os nervos, as faltas, e o esquecimento de algumas falas.
Sabes, cada um de nós pensou que se fizessemos isto para ti, nos custasse menos pensar que seria mais uma noite de teatro como tantas outras em que também fizeste parte, o que não contavamos foi que sentissemos a tua falta em cada preparativo, em cada palavra, em cada ação.
Toda a malta tentava disfarçar a mágoa que sentia e a saudade que nos cortava a alma quando nos lembravamos de ti.
Cheguei á conclusão que também fizeste parte de tudo o que lá aconteceu.
Senti-te nos olhares perdidos dos outros, nos lábios que murmuravam o teu nome baixinho, nas lágrimas escondidas que mostravam a saudade que cada um tentava disfarçar, nos pensamentos que vagueavam pelo o passodo ali vivido em que ainda te podiamos sentir.
Enfim estavas lá.
cada um de nós tentava dar o seu melhor como sempre, mas desta vez não o faziamos por nós mas sim para que te orgulhasses de nós.
Os teatros correram bem, dentro dos possivéis, até á parte mais importante do espectáculo, a dedicatória do nosso trabalho.
Como seria de esperar todo o trabalho e todo o nosso esforço foi-te dedicado e nesse momento a força que nos fazia erguer as cabeças e a voz que demos ás nossas personagens cairam aos nossos pés, não conseguimos continuar a esconder a dor que tinhamos no peito, não controlavamos mais a saudade que queimava nos nossos corações , não tentamos sequer, secar as lágrimas que revelavam o quanto sentimos a tua falta, não conseguimos representar mais e nesse momento voltamos a ser nós mesmos, antes do pano cair...
Queriamos mais do que ouvir as palmas do público, trocavamos cada uma delas por um sorriso teu...
0 Comments:
Post a Comment